quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Aéreas fazem acordo para 'abrir céus' entre Brasil e EUA

 domtotal.com
Pela proposta não haverá limites para voos entre os países - que passariam a ser definidos pelas empresas, conforme a demanda -, o que poderia ampliar as opções para os consumidores.
Número de passageiros em rotas internacionais com  origem ou destino no Brasil poderá aumentar 47% após a ratificação do  céus abertos.
Número de passageiros em rotas internacionais com  origem ou destino no Brasil poderá aumentar 47% após a ratificação do  céus abertos. (Reprodução/AA).

As aéreas Latam Brasil e American Airlines lideram um movimento para  "destravar" uma demanda de uma década do setor: a retirada das barreiras  para operações de companhias aéreas entre o Brasil e os Estados Unidos.  Na prática, isso significa que cairiam os limites para voos entre os  países - que passariam a ser definidos pelas empresas, conforme a  demanda -, o que poderia ampliar as opções para os consumidores.

O acordo de "céus abertos" também é apoiado por várias outras companhias  - com exceções, como a Azul - e por entidades de classe. Foi assinado  em 2011 pelos presidentes da época, Dilma Rousseff e Barack Obama. Já  passou por Casa Civil e Ministério de Relações Exteriores, mas espera  apreciação pela Câmara há um ano. Embora já tenha passado por várias  comissões especiais, a mudança depende ainda da ratificação nos  plenários da Câmara e do Senado para entrar em vigor.

A ideia do Movimento Céus Abertos, agora, é tentar deixar mais claros os  benefícios à economia que a concretização do acordo pode trazer.  "Tentamos mudar a maneira como estamos atacando o tema, porque ele já  está na mesa há vários anos", disse ao Estadão/ Broadcast o presidente  da Latam Brasil, Jerome Cadier. O executivo admite, porém, que a  proximidade das eleições e a agenda de reformas podem ser um empecilho  para que o tema seja apreciado no curto prazo pelo Congresso.

As empresas já se movimentam visando a decisão favorável do Congresso.  Latam Brasil e American Airlines firmaram no ano passado um acordo de  operação conjunta rotas entre Brasil e EUA. Entretanto, por causa de uma  determinação do governo americano, a parceria depende da ratificação  das novas regras no Brasil para poder entrar plenamente em vigor. O  argumento das aéreas é que a redução das amarras para o setor aumentaria  o comércio entre os países e poderia também reduzir o valor cobrado  pelas passagens nos trechos entre o Brasil e os EUA, e vice-versa.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em  inglês) estima que o número de passageiros em rotas internacionais com  origem ou destino no Brasil poderá aumentar 47% após a ratificação do  céus abertos. Outro estudo, da própria American Airlines, prevê que a  oferta de assentos entre Brasil e Estados Unidos aumentará 13% nos cinco  anos seguintes à assinatura do acordo.

O diretor regional de vendas da American Airlines, Dilson Verçosa, diz  acreditar que existe uma "brecha" para o tema voltar a ganhar força. "Já  vemos uma melhora na economia. E o 'céus abertos' pode beneficiar  bastante a economia, com aumento de fluxo de passageiros entre os dois  países."O executivo lembra que, na semana passada, foram aprovados  acordos de serviços aéreos entre Brasil e os governos de Cuba, Ucrânia e  Índia. "O movimento desses países juntos não chega a 10% do que é o  tráfego de passageiros com Estados Unidos. Então achamos que essa é uma  oportunidade."

Contra. Entre as aérea contrárias ao movimento de abertura aérea entre o  Brasil e os Estados Unidos, a mais vocal tem sido a Azul. "Seríamos  favoráveis se tivéssemos as mesmas regras para os dois lados", afirma o  presidente da Azul, John Rodgerson. Para ele, o problema é que pilotos  americanos podem voar mais horas do que os profissionais brasileiros, de  modo que as empresas nacionais perderiam competitividade nas rotas  entre as duas nações. "Teríamos que mudar as regras para jogar com as  mesmas ferramentas.""Já vemos uma melhora na economia. E o 'céus  abertos' pode beneficiar bastante a economia, com aumento de fluxo de  passageiros entre os dois países, com base em exemplos." 


Agência Estado

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